quinta-feira, 23 de julho de 2009

Informe: ACADÊMICOS DA UNIOESTE APÓIAM A LUTA POR UM SINDICATO DOS TRABALHADORES DE FRIGORÍFICOS DE TOLEDO


No dia 23 de julho de 2009, quinta-feira, às 21 horas, acadêmicos da Unioeste/Toledo se reuniram com representantes da UTES (União Toledana dos Estudantes Secundaristas), e representantes de sindicatos dos trabalhadores de Toledo e região para discutir a situação dos trabalhadores de frigoríficos em geral e a relação dos mesmos com sua entidade representativa, o Sindicato. Em uníssono, as conclusões do ponto de vista fático se resumiram em dois aspectos: os trabalhadores do setor frigorífico atuam em condições de extrema exploração ao sabor dos mandos e desmandos do patrão, e o Sindicato ao qual se “afiliam automaticamente” - ao comporem o contrato de trabalho – representa não-abertamente, evidentemente, uma extensão dos desígnios do mesmo Patrão.


O sindicalismo do Brasil corrompeu-se e degenerou-se no sindicalismo “pelego”, onde o dirigente e/ou diretoria de tal entidade concebida para tutelar e reivindicar efetivamente (materializar os direitos em abstrato em prol do trabalhador nas lides concretas) acaba por ser um aliado venal, instruído e coordenado, à semelhança de uma marionete, pelos interesses exacerbados de lucro e de menoscabo aos interesses do obreiro, do homem detentor da mão-de-obra, do homem propulsor da economia nacional, daquele que legitimou os fundamentos da sociedade. O sindicalismo de regência atual é o resultado de reiteradas ações repressoras do Estado, deste fiel escudeiro e servo mais leal dos Patrões, que, em nosso contexto, é o agronegócio. E isso impregnou os trabalhadores de tal modo que o sindicalismo se tornou fonte de desconfiança e de desilusão generalizadamente patológica. Nada tão natural esta desconfiança: o sindicalismo oficial, legal, submisso ao Ministério do Trabalho, apenas atrela os trabalhadores à práticas reformistas, corporativistas e sempre disposta ao interesse dos Patrões.

Nesse sentido, a cooptação, a colaboração do Estudante na demanda por um Sindicalismo verdadeiro e correspondente aos interesses do obreiro à luz do rol bastante rico de franquias e direitos sociais postulados pela nossa Constituição Federal e a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é de emergência impreterível. Para isso, houve um consenso dos presentes a necessidade imediata e incondicional apoio aos trabalhadores de frigoríficos para a constituição legal de um novo Sindicato que represente a categoria. Nada mais legítimo. O Estudante possui o dever de albergar e atuar diante da sociedade as demandas que tendem a diminuir as desigualdades sociais, as condições não-humanas de exploração da mão-de-obra do trabalhador, enfim, toda e qualquer sorte de constrangimento e violência que proporcione o enriquecimento unilateral.

Ocorrerá uma Assembléia, no anfiteatro da Unioeste/Toledo, no sábado (25/07) às 9 horas. O objeto do encontro e audiência é o voto dos trabalhadores para aprovar a criação desse novo Sindicato, que, em caso de aprovação faz-se de imediato a votação sobre o Estatuto Social da entidade. Sindicato este que represente única e exclusivamente os trabalhadores da indústria da carne e não o atual “sindicatão da alimentação”, no qual a voraz empresa Sadia direciona o modo de funcionamento.

Evidentemente, repressões ocorrerão; assédio moral trabalhista por parte da Empresa ocorrerá; os próprios dirigentes do atual sindicato pelego atuarão por reprimendas. Mas o estudante estará no dia da Assembléia: estará munido da sua maior arma, o espírito de mudança e idéias incisivas. Esse passo dos trabalhadores, com o apoio maciço dos Estudantes, para ver nitidamente delimitado os interesses do Patrão e os do Trabalhador é condição necessária para mudanças cruciais na sociedade. Expressa nada menos que a mudança segundo a qual tanto nos debruçamos e vislumbramos nos livros e no nosso imaginário social.

Venha Estudante! Inspire os ares da revolta!

Estudante! A sociedade clama pela sua responsabilidade histórica de ver a mudança que em tantas teses acadêmicas se vêem proliferar.

Juntos estaremos dia 25, sábado, às 9 horas, na Unioeste, em prol do Respeito. O respeito que custa a imperar; que não passa de uma natural retribuição aos fundadores da sociedade: o trabalhador.

Vamos mover?


Movimento Estudantil Organizado de Toledo

Nenhum comentário:

Postar um comentário